Dataz, uma influente artista de hip hop da Tanzânia, nasceu em 1984 às margens do Lago Niassa, na Baía de Mbamba. Ela e sua família mudaram-se para Morogoro, onde ela iniciou sua educação primária. Durante seus anos de escola secundária em Ifunda, o talento musical de Dataz começou a se destacar, sinalizando o início de uma promissora carreira na música.
Carreira Musical
Com um gosto precoce pela música, Dataz iniciou sua carreira artística atuando com a rapper Bad G. Após algum tempo, as duas artistas decidiram seguir carreiras solo. O primeiro single solo de Dataz, “Kitimtim”, alcançou o topo das paradas em várias estações de rádio na Tanzânia, marcando seu nome no cenário musical.
Dataz é conhecida por ser uma das primeiras e poucas rappers femininas no país, desbravando um caminho no hip hop tanzaniano, um gênero dominado pela presença masculina. Ela atribui a escassez de rappers femininas no cenário a associações culturais que ligam o MCing e o DJing ao hooliganismo e à masculinidade, em parte devido à influência do gangsta rap americano. Esse subgênero do rap é notório por suas letras que frequentemente subjugam as mulheres, um contraste com o rap em suaíli, que não compartilha do mesmo uso de linguagem misógina, em grande parte devido ao papel significativo da religião na vida dos artistas.
Impacto Cultural e Social
A rapper Tuni, do Nubian Motown Crew, menciona que muitas garotas hesitam em se envolver com o rap devido à percepção de que é uma “coisa de homem” e associado a gangues e violência. Contudo, essa imagem não é tão prevalente no rap em suaíli, que, embora influenciado pelo hip hop americano, mantém uma identidade distinta. Dataz e outras artistas como ela estão moldando o cenário para que mais mulheres entrem no campo do hip hop, ao mesmo tempo em que desafiam normas de gênero e aumentam a autenticidade artística.
Legado e Continuidade
Através de sua música e presença no hip hop, Dataz não só cimentou seu lugar como uma das pioneiras femininas no gênero na Tanzânia, mas também tem aberto caminhos para outras mulheres no espaço cultural predominantemente masculino. Sua habilidade de navegar e desafiar estereótipos culturais e de gênero através de sua arte continua a inspirar uma nova geração de artistas femininas no mundo do rap e além.