Fatuma Binti Baraka, conhecida mundialmente como Bi Kidude, nasceu por volta de 1910 no Sultanato de Zanzibar, atual Tanzânia. Criada na aldeia de Mfagimaringo, ela era filha de um vendedor de cocos na Zanzibar colonial. A data exata de seu nascimento é desconhecida, e muitos detalhes de sua vida permanecem sem confirmação.
Carreira Musical
Bi Kidude emergiu do distrito de Kati, na região sul de Unguja em Zanzibar, e se destacou como uma cantora influente do estilo Taarab, que é uma forma musical que combina o som do Oceano Índico com influências árabes. Ela também foi conhecida pela sua proficiência em ngoma, a tradicional música de tambor da Tanzânia. A artista foi inspirada pela pioneira Siti binti Saad, e frequentemente foi chamada de “rainha da música Taarab e Unyago”.
Reconhecimento e Legado
Ao longo de sua vida, Bi Kidude recebeu várias honrarias por sua contribuição à música e à cultura. Em 2005, foi premiada com o WOMEX Award, reconhecendo-a globalmente pela sua influência na música de Zanzibar. O governo da Tanzânia também lhe concedeu a Medalha de Artes e Esportes em 2012.
Últimos Anos e Morte
Bi Kidude faleceu em 17 de abril de 2013, com idade entre 102 e 103 anos. Até a data de seu falecimento, acredita-se que ela era a cantora mais velha do mundo ainda em turnê.
Contribuições na Cultura Popular
O impacto de Bi Kidude atravessou fronteiras, chegando até Bangladesh, onde o cantor e influenciador Hero Alom interpretou sua canção “Muhogo wa jang’ombe” em um vídeo intitulado “Uganda song”, o que ampliou a notoriedade da artista naquele país.
Homenagens Póstumas
A vida e a música de Bi Kidude foram objeto de documentários pelo cineasta Andrew Jones, que ajudaram a destacar ainda mais o seu legado. Ela foi indicada postumamente para os Tanzania Music Awards de 2011 nas categorias de Melhor Colaboração e Melhor Canção Tradicional pelo trabalho “Ahmada” com Offside Trick.
Bi Kidude deixou uma marca indelével na música de Taarab e continua sendo uma fonte de inspiração para a música e a cultura da Tanzânia e além. Sua história é um lembrete do poder da música em transcender barreiras e unir pessoas de culturas distintas.